Na terça-feira, 26 de Julho de 2011, os encarregados de educação dos alunos apanhados na malha da transferência da Escola Amadeu Gaudêncio para o Externato D. Fuas Roupinho, reuniram-se para debater o assunto num bar da Nazaré por recusarem reunirem-se numa das salas da escola. Trata-se de uma questão de liberdade de escolha que não está a ser respeitada num país livre e democrático. Ninguém pode ser obrigado a ir estudar para uma escola quando se está matriculado noutra. De salientar o incompreensível silêncio do director do Agrupamento de Escolas da Nazaré e a bipolaridade do chefe do executivo da Nazaré, que querendo agradar a Gregos e a Tróianos não ajuda em nada, antes, pelo contrário.
Muita tinta já correu, e ainda há-de correr sobre este assunto [+mais] ao qual, desde já, dou o meu total apoio aos pais e aos alunos. Não se trata de apoiar uma escola em detrimento de outra, nada disso. Trata-se, sim, de apoiar as escolhas de uma comunidade feitas livremente e num país livre. Contudo, os pais dos vinte alunos não aceitaram reunirem-se na escola e equacionam vir a tomar algumas medidas radicais. A primeira foi reunirem-se num bar da Nazaré com vista para o Porto de Abrigo. Pois meus amigos, foi uma má opção mas, diga-se, bastante radical como se propunham. Sempre puderam contar com o patrocínio do bar, colocando à sua disposição o espaço para a reunião. Como não há ponto sem nó, o negócio naquela tarde deve ter sido bastante mais lucrativo. Na escola não havia nem água com gás fresca com sabor a tremoços nem mines! Na verdade teriam tido mais visibilidade se tivessem reunido no sítio mais in do momento esta semana, pelo menos até à maré de Lua – A Praia Nova. Não teriam as mordomias de uma bebida servida à mesa, mas de certeza que teriam uma vista extraordinária com o acrescento de poderem ter ido de fato de banho para uma mergulhaça, a confraternização teria sido mais aberta e o radicalismo da ideia mais arrojado.
Há assuntos que, além de sérios demais, caso os queiram levar assim, têm de ser tratados nos locais próprios, até por uma questão de obrigar à vínculação da própria escola, na pessoa do seu director, a uma tomada de posição. Não é num qualquer bar da praia que o vão fazer de certeza absoluta, ainda para mais longe da vista e do coração do Professor Jorge Sousa.
Em última análise e em tom de remate deixem-me dizer que, por vezes, tomadas de posição radicais – dependendo da posição que se ocupa no seio de uma luta – no sentido de apoiar uma parte numa contenda, pode levar em último recurso a uma (auto)demissão. Em vez disso, fica-se muito bem calado à espera que passe a tempestade. À espera que passe a tormenta ficam, também, aqueles que com posições ambíguas dizem não concordar com a imposição da DREL e depois nada fazem para a contrariar porque têm a certeza que não adianta lutar.
A luta vale sempre a pena, seja ela feita de fato de banho numa praia qualquer, num bar com vista para o mar, ou no local mais apropriado para serem levados mais a sério. Lutem camaradas, lutem, porque sem luta as imposições tornam-se uma moda. Já dizem os 'Homens da Luta' - "Camaradas, pá... a luta é alegria!"