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gargolado por westnelson, em 22.03.13 às 19:53 link do gargol | favorito

Porque a poesia também pode ser um documento da actualidade, um modo de intervenção, uma maneira de analisar o que nos rodeia e que é da esfera do mundo real, hoje, no Dia Mundial da Água, tendo como pano de fundo a luta travada contra um executivo camarário que teima em privatizar a exploração da distribuição das águas da Nazaré e do saneamento básico, no mínimo por trinta anos, para que outros lucrem com aquilo que é estruturalmente essencial a uma comunidade, sabe-se lá com que consequências – boas não são de certeza –, onde, provavelmente, haverá aspectos desta negociata do desconhecimento da maioria da população, que apenas beneficiará quem o faz, deixando os munícipes em maus lençóis. Isto não é defender a causa pública para o qual foram eleitos – antes pelo contrário!

Saiba mais sobre a negociata que o senhor Antunes quer, a todo o custo levar a bom porto mau porto. Bem-vindos à Nazaré.

 

Antunes e seus discípulos

a nossa água querem dar

para outros lucrarem

e nós ficarmos só a ar.

 

De hidrogénio são dois átomos,

o oxigénio é um só,

é a composição da água

a formula é H2O.

 

É disto que se trata,

tão simples como água,

é o que nos querem tirar

para ficarmos com nada.

 

A água já evapora,

o processo já está a ferver

para outros enriquecerem

e o Antunes satisfazer.

 

Por agora vou terminar...

Senhor Antunes e companhia,

não sejam hipócritas em demasia,

escrevam lá na sebentinha,

ponham tudo, tudo, no papel,

para nas autárquicas de Outubro

o povinho poder [em consciência] votar.


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gargolado por westnelson, em 04.03.13 às 00:52 link do gargol | favorito

É Preciso Um País

 

Não mais Alcácer Quibir.

É preciso voltar a ter uma raiz

um chão para lavrar

um chão para florir.

É preciso um país.

 

Não mais navios a partir

para o país da ausência.

É preciso voltar ao ponto de partida

é preciso voltar e descobrir

a pátria onde foi traída

não só a independência

mas a vida.

 

Manuel Alegre


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gargolado por westnelson, em 16.01.10 às 01:35 link do gargol | favorito

 

Nazaré,

silhueta desnudada,

viril verticalidade

que no teu ventre te consome

o abismo que no pensamento te trás,

da pedra que te reconhece,

do mar calmo que por vezes se enfurece [contigo],

e na areia te ralha ao ouvido,

e te chama praia,

te chama Nazaré.

 

 

Este post, por pura falta de inspiração e tempo, é um plágio e foi retirado daqui

 


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gargolado por f0fa, em 04.07.09 às 20:43 link do gargol | favorito

 

Destroços

Que histórias contariam, Nazaré,
Se ainda viesses a guardar
Essas tuas barcas destroçadas
Sem capas para as abrigar

A sós, como restos mumificados
De uns entes que bravo mar traiu
Na revolta de terrível fúria,
Parecem arcar com a lamúria
Duma existência que ruiu.

Pela proa erguida quase desfeita,
Fiéis ostentam remota arte
Envolta de místico tormento,
Como se delas fosse intento,
ó Nazaré, de acenar-te.

Quase vultos, esquecidos no tempo,
Alheias à causa que as negou,
Aguardam mudas a destruição.
Por teus mares jamais andarão!?
Esvai-se o ícone que a terra gerou!

Vancouver, B.C.
30 Janeiro 1983

Macatrão, Armando (2006). Expressões da Nazaré(th) 2ª edição (ampliada), pág.127. Edição do autor


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gargolado por westnelson, em 23.01.09 às 10:30 link do gargol | favorito

 


Foto: Westnelson                                               Nazaré, 7 de Agosto de 2006

Nazaré

 

Arremesso de sal,

opalino horizonte,

azulina frescura.

 

Silhueta-encanto,

escarpado navegante,

aurirrósea figura.

 

Cúmulos de leite,

salpicos de luz,

cambiante ternura.

 

Denudada renda,

náufrago veludo,

contorno-Bojador.

 

Mito de sete-saias,

bailado de poesia,

murmúrio multicolor.

 

Nau enviuvante,

atlântico cântico,

nívea concha de luto.

 

Rumor-gesto-marino,

penhasco lusitano,

intrépido fruto.

 

Nazaré, 20 de Maio de 1980

Armando Sales Macatrão

 

 

Silvino Pais da Silva
Por um sorriso Teu
album: Cordas N'Água

post original