Há uma necessidade clara de se efectuar uma intervenção ao nível da limpeza no Porto de Abrigo da Nazaré. Entre alguns aspectos identificados um dos que salta logo à vista a quem por ali faz o seu jogging ou visita por qualquer motivo aquele espaço é o lixo acumulado nas pedras que formam os molhes laterais que delimitam a zona aquática da terrestre do lado de terra (nascente). Essa evidência é mais notória na zona onde estão atracadas fundeadas as pequenas embarcações de pesca - lanchas, p.ex. -, numa zona que se situa a sul da marina norte. São duas ou três centenas de metros onde se pode ver de tudo, ou quase tudo: plásticos variados, borrachas variadas incluindo restos de pneus, papeis e cartões, restos de engodo e até vidros - só para dar alguns exemplos. Isto as autoridades competentes e quem de direito, que devia ter preocupação por preservar aquele espaço, não vê, não consegue ver, ou não quer ver! Costuma-se dizer que em terra de cegos, quem tem olho é rei, mas pelos vistos, referente aquele espaço, não há olho que resista. São mesmo todos ceguinhos. Alguém tem aí uma bengalinha para oferecer aos responsáveis?!
No prolongamento da recolha de lixo subaquático, que a CMN costuma organizar todos os anos, devia-se fazer a recolha de lixo nas zonas marítimas tendo como objectivo claro a recolha de todos aqueles resíduos visíveis e que 'dificilmente' se deterioram. O porto de abrigo teria de ser um alvo obrigatório e além dos populares, ou outra molde humana e social a que se recorresse, teria de se motivar e contar com a colaboração de quem produz aquelas autênticas lixeiras a céu aberto - uma vergonha. Assim, de ano para ano, deixaria de ter razão de ser uma iniciativa deste género pelos motivos óbvios - os pescadores e pessoal de terra, sensibilizados, deixariam de jogar fora de forma desordenada e imprópria os resíduos por eles produzidos.
Outro dos problemas é a lixeira a que os molhes de delimitação exterior do porto de abrigo - zona do parque de estacionamento - estão votados. Desengane-se quem pensar que os sacos de recolha de lixo são o método mais indicado para o fazer - deviam estar dentro de recipientes rígidos. Os animais famintos rompem-nos em busca de alimento - e há por ali tanto gato (e ainda bem, é que há também muito rato!) Quem utiliza aquele espaço para pescar à linha não toma os devidos cuidados assim como quem para ali vai comer, fazer 'necessidades básicas' e, pasme-se, os próprios funcionários de recolha de lixo que andam com aquela espécie de auto-aspirador pápa-reformas e que aspiram tudo quase tudo menos os vidros ali deixados pelos incautos utilizadores do espaço. O cúmulo aconteceu mesmo à minha frente no dia 12 de Agosto pelas 09h15 da manhã: O funcionário que procedia à limpeza do parque, já perto da entrada norte do porto - para velocípedes e peões - do lado da marina, aspirava a papelaria que por ali havia e quando passava por ele no meu jogging matinal, a cerca de meia dúzia de metros, vi-o atirar para as pedras que formam o molhe vidros que tinha agarrado com a mão, estilhaçando-os ainda mais - posso dizer que o homem ficou surpreendido por ver que alguém viu o mal que fazia e que ainda exprimiu o seu descontentamento perante tal situação. Isto é inadmissível e passados dois dias dei conta do sucedido ao encarregado daqueles funcionários quando este se preparava para substituir um pneu do auto-aspirador, que tinha furado, mesmo em frente da capitania. Estava um funcionário com ele que não sei se é ou não o mesmo que conduzia a máquina naquele dia - mas isso para mim é o que menos importa, o importante é fazer passar a mensagem para o mesmo não voltar a acontecer. Se não há meios para fazer a recolha dos vidros, há que arranjar maneira.