Fazer uma discussão em torno do ordenado mínimo é urgente. Já, fazer a mesma discussão para aumentar em 15€ o mesmo, sendo que dará qualquer coisa como 8,5 cêntimos por hora (numa média de 8 horas de trabalho diárias e 176 mensais) é tudo menos uma discussão séria, e já não falo na falta de vergonha do Primeiro-ministro e sua seita, mas sim da perda de tempo e da falta de seriedade, também, por parte do Patronato e das Centrais Sindicais que o propõem. Migalhas? Esmolas? Eu gostava de os ver, a todos, receber tais quantias para ver o que faziam, ou melhor, o que não faziam. Ironias à parte, este ordenado mínimo de 485 euros que agora levanta tanta celeuma por tão pouco (!), já Sócrates, em 2011, o queria ver nos 515 euros (!), o que também não era nada por aí além, além de ser – passe a redundância –, melhorzito, pelo menos era o dobro do aumento, mas agora, numa discussão que nem sabemos se vai acontecer, com três anos de atraso e pela metade do valor que deveria ter aumentado. A isto chama-se aumentos em saldo! A ter sido concretizado, não só por Sócrates, que entretanto sairia, mas pelas promessas desta seita de enganadores, estaríamos agora a falar, ou não, num aumento para os 530 ou 540 euros, na melhor das hipóteses, o que, infelizmente, continuaria a ser bastante penalizador para os trabalhadores de um país onde os custo de vida é dos mais elevados numa comunidade económica em que somos os mais mal pagos dentro do circulo da zona euro – mas só ao nível baixo e médio, porque as “altas patentes” (termo bastante vago e abrangente) não há quem nos bata – “somos” até melhor remunerados que os outros! Quem se lixa é sempre o mexilhão que não pode fugir por estar perpetuamente agarrado à pedra!