De repente, alguém me fez levar a pensar que aquilo que poderia ter sido uma marcha (de intervenção) do Carnaval da Nazaré, embora tenha sido feita sem a pretensão de o ser, “Em 2013 sai tode tese!” não mais é que o Auto da Barca do Inferno revisitada – ora aí está uma ideia que nunca me tinha ocorrido e que serviria perfeitamente para o título desta espécie de letra aspirante a marcha, com as devidas distâncias, evidentemente.
Tão-somente, tem a característica de ser a nossa barca velha a cair de podre, meio a navegar, meio de esguelha, comandada por um arrais obstinado e de ideias fixas que se ilude a ele próprio com aquilo que, eventualmente, acha que é melhor para os seus passageiros, nem que para isso se torne ele próprio um autista, e passe metade do tempo a fazer politiquice com os elementos da sua tripulação.
Não me admiro, portanto, que este pequenino “auto da barca do (nosso) inferno”, muito por culpa dos muitos oportunismos que aconteceram, para não lhes chamar outra coisa qualquer, não tenha virado a meio da viagem uma “Revolta na Bounty”.
Mas, atenção que, até os grandes navios que sobrevivem a revoltas, mais tarde ou mais cedo, mesmo que já não estejam ao serviço da coroa, como era o caso, ou são abatidos ou vão ao fundo!
Auto da Barca do Inferno