Por estes dias já não somos indivíduos com os nomes que nos deram e que, apesar dos esforços, tentam distinguir-nos uns dos outros por essa via. Por estes dias, por mais que se tente o contrário, o que interessa mesmo são os números que representamos – em num€rário – e para o qual nos identificam com mais números. E, aquele que mais vai importando sobre todos os outros, inclusivamente sobre o número de utente, sobre o número da segurança social ou de identificação civil, é, sem sombra de dúvida o NIF – número de identificação fiscal: o corriqueiro, número de contribuinte.
Utopia, ou não, o dia pelo qual nos vamos voltar a tornar conhecidos aos olhos uns dos outros pelos nossos nomes, há-de estar algures escondido no horizonte longínquo de uma era vindoura numa sociedade utopicamente esperada.
"Deixámos de ser cidadãos, passámos a ser números. E o grave é que não nos importamos com isso".
Sanches Osório em entrevista ao jornal i