Porque a poesia também pode ser um documento da actualidade, um modo de intervenção, uma maneira de analisar o que nos rodeia e que é da esfera do mundo real, hoje, no Dia Mundial da Água, tendo como pano de fundo a luta travada contra um executivo camarário que teima em privatizar a exploração da distribuição das águas da Nazaré e do saneamento básico, no mínimo por trinta anos, para que outros lucrem com aquilo que é estruturalmente essencial a uma comunidade, sabe-se lá com que consequências – boas não são de certeza –, onde, provavelmente, haverá aspectos desta negociata do desconhecimento da maioria da população, que apenas beneficiará quem o faz, deixando os munícipes em maus lençóis. Isto não é defender a causa pública para o qual foram eleitos – antes pelo contrário!
Saiba mais sobre a negociata que o senhor Antunes quer, a todo o custo levar a bom porto mau porto. Bem-vindos à Nazaré.
Antunes e seus discípulos
a nossa água querem dar
para outros lucrarem
e nós ficarmos só a ar.
De hidrogénio são dois átomos,
É disto que se trata,
tão simples como água,
é o que nos querem tirar
para ficarmos com nada.
A água já evapora,
o processo já está a ferver
para outros enriquecerem
e o Antunes satisfazer.
Por agora vou terminar...
Senhor Antunes e companhia,
não sejam hipócritas em demasia,
escrevam lá na sebentinha,
ponham tudo, tudo, no papel,
para nas autárquicas de Outubro
o povinho poder [em consciência] votar.