Gota a gota a água que se esgota…
Sabemos um rio, também um rosto
E da pálpebra gota que se solta.
É o corpo inteiro, é estranho mosto
Que corre para o mar e já não volta!
Esse bem que nos molda e nos dá gosto
Pode nunca ter cravos na revolta,
Se continuar assim descomposto.
Mas então, seremos nós a sua escolta.
E se alguém pensa que tudo nos tira,
É tempo de pensar quem tudo pensa
Que aqui pensamos em lutar.
Pelos aromas que a terra respira.
A nossa força fará diferença!
Esse rio, esse rosto vão voltar.
E se alguém pensa que tudo nos tira,
É tempo de pensar quem tudo pensa
Que ainda não está lida a sentença
E que ao povo a água ninguém retira.
Hélder Rodrigues
A privatização do negócio da água é uma catástrofe anunciada.