Os serviços municipalizados de Aveiro estabeleceram a semana passada um protocolo com a Enviroria, uma empresa especializada na recolha de óleos usados, para a instalação de 78 oleões, com vista à sua reciclagem e transformação em biodiesel. Vai ser um serviço voluntário e gratuito para os utilizadores.
Como cidadão habituado a fazer a separação dos diferentes resíduos logo em casa e a colocá-los nos poucos e mal distribuídos ecopontos disponíveis na Nazaré (mas isto, é pano para outras mangas), sinto falta de uma medida como esta tomada em Aveiro. Há imagem do que acontece na maioria dos municípios de Portugal, as autarquias ainda não acordaram para a problemática dos óleos domésticos e, numa vila a crescer como a Nazaré, onde o número de restaurantes e afins é bastante elevado, como é lógico numa vila em que a sua economia depende, essencialmente, do turismo, é uma necessidade que há muito se começou a fazer sentir. Pouca gente se dá ao trabalho de colocar o óleo usado em sacos de plástico que, depois de bem atados e com algum cuidado, vão ser misturados com o lixo doméstico biodegradável (?) – procedimento não aconselhável – mas, muitos colocam-no para as sanitas, lava-louças, sarjetas, enfim, vai tudo parar à ETAR da Nazaré – procedimento ainda menos aconselhado pela Quercus. Venha o diabo e escolha! Só quem nunca viu é que não imagina. Não é só o desperdício de tanto óleo que poderia ser transformado em biodiesel [uma das formas de biocombustível], como a poluição que é, diria mesmo, um crime para o ambiente, tanto óleo misturado com águas residuais que têm de ser tratadas antes de serem devolvidas à natureza e, há sempre uma grande possibilidade de fugas, tudo isto sem falar nos custos que acarreta para a autarquia, mesmo que se contrate uma empresa para fazer a recolha e o tratamento dos óleos as despesas vão existir sempre. Poupa-se num lado, gasta-se no outro e as diferenças por uma causa tão nobre como esta, não são para aqui chamadas porque são irrelevantes. Numa primeira fase poupar-se-ia no combustível gasto pelas muitas viaturas a diesel da autarquia e de outras instituições com relevância pública. A autarquia, ou mesmo as juntas de freguesia do concelho se tomassem este assunto em mãos e tratassem dele como uma medida séria a realizar o quanto antes, além dum grande favor que faziam à população, ao ambiente, enfim, à qualidade de vida destas gentes, com certeza que, também eles [políticos], sairiam muito mais limpos à vista de todos.
Não tenham medo da Direcção Geral das Contribuições e Impostos, do Ministério da Economia, ou seja lá mais de quem vier devido ao ISP. A junta de freguesia da Ericeira ainda não pagou a multa imposta pela ASAE e pelas finanças. Não sei se haverá entretanto outras juntas ou mesmo municípios envolvidos. Mas, agora com Aveiro a entrar no baile e muito provavelmente muitas outras, o governo terá de legislar e retirar as multas impostas, porque já apoia...! Lembram-se, da polémica há um ano quando o caso da Ericeira surgiu e, do que disse o primeiro ministro em plena assembleia da república quando interpelado pelo bloco de esquerda para a contradição do caso? Força nas iniciativas e, se for caso disso, ponham óleo na corrente!